INTRODUÇÃO
uma parte do cérebro deixa de ser irrigada pelo sangue.
sanguíneo cerebral ou é transportado para o cérebro depois
de se ter formado noutra parte do corpo, interrompendo o
fornecimento de sangue a uma região do cérebro.
caso, o sangue que dela extravasa vai destruir o tecido
cerebral circundante. Em qualquer dos casos, o tecido
cerebral é destruído e o seu funcionamento afectado.
músculos. A metade direita do cérebro comanda o lado
esquerdo do corpo e vice-versa. Por conseguinte, uma lesão
na metade direita do cérebro pode causar paralisia do lado
esquerdo, enquanto que uma lesão da metade esquerda do
cérebro pode causar paralisia do lado direito. As lesões da
metade esquerda do cérebro podem dar origem a
perturbações da fala e levar o doente a perder a percepção
do lado direito do corpo ou do ambiente que o rodeia.
hemiplegia (esquerda ou direita); a perda da capacidade da
linguagem chama-se afasia. Podem ainda ocorrer outros
problemas, como a perda da sensibilidade ou da força no
lado afectado, perturbações do equilíbrio e alterações da
visão.
VIVER APÓS UM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
sempre ser observada num hospital, no mais curto espaço
de tempo, para se avaliar a necessidade de internamento
e ser estabelecido tratamento adequado, até para evitar que
o acidente se repita.
importante que o doente procure executar tarefas da vida
diária, como sejam, virar-se na cama, levantar-se e sentarse
na beira da cama, lavar-se, comer, reeducar os intestinos
e a bexiga ou utilizar a cadeira de rodas.
vascular cerebral, voltar a executar, sozinhas, essas
actividades, desde que tenham a ajuda e o encorajamento
adequados; outras aprendem o suficiente para necessitarem
de pouca assistência.
que abrange indivíduos com diferentes graus de incapacidade
e grande diversidade de doenças associadas, não pode ser
totalmente esgotado neste guia. No entanto, é aqui feita
referência à maior parte das actividades essenciais à
autonomia, baseadas no quadro clínico resultante do tipo de
acidente vascular mais frequente. Se houver dúvidas sobre
o caso concreto de um doente, deve ser consultado o médico
ou a enfermeira.
forma de diminuir a ansiedade que esta situação pode
provocar e de tornar mais claros os procedimentos a adoptar.
COMO AJUDAR ALGUÉM QUE SOFREU
UM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
As pessoas que sofreram um AVC devem, por si próprias
e o mais cedo possível, procurar a autonomia e
desempenhar um papel activo na sua recuperação.
De início, devem ser estimuladas a realizar tarefas simples
que estejam ao seu alcance, sendo-lhes dada a ajuda
suficiente para que obtenham bons resultados.
cuidados aos doentes com AVC:
pessoa consiga executar determinada tarefa. Há famílias
que, com boas intenções, prestam demasiada ajuda, o
que leva a que o doente não faça o suficiente pelos seus
próprios meios e, por conseguinte, perca a confiança em
si próprio. Deve deixar-se que execute sozinho as tarefas,
mesmo que demore mais tempo.
É necessário ser firme, mas compreensivo, e nunca se
mostrar impaciente ou zangado.
Depois do AVC, o doente pode ter reacções estranhas,
como chorar ou rir, sem motivo aparente. Isto não deve
causar preocupação, porque se trata de uma manifestação
normal da doença, que desaparece progressivamente com
a sua evolução.
na varanda ou no jardim e a passear na rua. Não deve
ficar isolado.
doente deverá ser tratado com respeito, ser integrado nos
assuntos da família, sendo-lhe pedida ajuda em pequenos
trabalhos domésticos.
na comunidade. Existem centros de dia para pessoas
idosas e com incapacidades, que podem proporcionarlhe
outras companhias e actividades. Quanto mais
ocupado e activo estiver, melhor será a sua atitude,
disposição e recuperação.
COMO ADAPTAR O MOBILIÁRIO
E O EQUIPAMENTO
Recomenda-se a utilização de uma protecção para os pés (gaiola ou cunha).
As mesas de "trabalho" (para comer, escrever, etc.) devem ser estáveis, sólidas e suficientemente altas, de forma a não exercerem pressão nos membros inferiores e coxas, quando a pessoa estiver sentada com as pernas debaixo dela.
Cadeira de rodas rodas
chão
dimensões
com o pé são.
São apresentados, a seguir, alguns exemplos de exercícios que podem ser realizados em casa.
Deitado de costas, o doente deverá, primeiramente, dobrar os joelhos (se necessário, com a ajuda de outra pessoa) e pressionar os pés contra o colchão. Em seguida, conservando os joelhos unidos, deverá levantar as ancas.
esticar e encolher os pés.
Pode também ser utilizado um ANDANDARILHO ARILHO ARILHO, que tem a vantage de dar mais estabilidade.
O ensino de subir e descer escadas tem de ter em conta as incapacidades do doente e as características das escadas que o doente utiliza.
PARA ARA SUBIR SUBIR:
PARA ARA DESCER DESCER:
PARA SUBIR:
PARA DESCER:
Passa assa assagem em da cadeira de rodas odas para a sanita
É conveniente habituar os intestinos a funcionar de manhã, antes de se ter arranjado.
para apoiar a cabeça, ou coloque o queixo sobre almofadas. Pentear entear Poderá usar um pente de cabo comprido ou atar uma pega comprida ao pente.
Vestir para que a pessoa não possa sair de casa, deve arranjar-se como se fosse sair. É necessário fazer algumas adaptações no seu vestuário.
As calças poderão ser mais fáceis de vestir do que as saias e as meias, especialmente quando for necessário o uso de talas.
e puxar a manga para cima, até que fique encaixada no ombro. Introduzir, em seguida, a mão sã na outra manga e vesti-la. Um vestido, camisola ou casaco é vestido da mesma maneira que uma camisa. No entanto, no caso de um vestido, é necessário levantar-se e ajeitar a saia antes de abotoá-lo.
Com a mão sã, puxar a camisa do ombro afectado; agarrar o meio da frente e retirá-la para o lado, despindo o ombro são. Retirar o braço são da manga. Com a mão sã, segurar o punho e despir a manga do braço afectado.
sã. Caso contrário, terá que se deitar, dobrar o joelho são e apoiar-se sobre o pé são, para levantar as ancas, puxar as calças até à cintura e abotoá-las.
Cruzar a perna afectada e despi-la. Se não se conseguir equilibrar, terá de se deitar e desapertar as calças, dobrar o joelho são (empurrando o pé são contra a cama para levantar as ancas) e despir as calças.
Soutien
Se possível, usar soutien que aperte à frente. Se for apertado atrás: colocar o soutien à volta da cintura com a parte de trás para a frente. Apertar os colchetes e rodá-lo para a posição correcta. Com a mão sã, levar as alças até aos ombros.
ACTIVIDADES DOMÉSTICAS
eve organizar-se a cozinha de forma a que a pessoa
possa executar as tarefas sentada, numa cadeira
confortável. A mesa de trabalho deve ter altura adequada à
estatura do utilizador. Os produtos alimentares e os utensílios
de cozinha deverão estar guardados em locais de fácil acesso.
Os armários e gavetas deverão ter puxadores que se possam
manejar com uma só mão. Para tornar mais fácil a execução
das tarefas domésticas, devem ser utilizados, sempre que
possível, aparelhos eléctricos, como o isqueiro eléctrico, em
vez de fósforos, abre-latas eléctrico, etc. A utilização de
alimentos congelados, e parcialmente preparados, facilita a
confecção das refeições.
As tarefas mais pesadas terão, certamente, que ser
realizadas por outra pessoa. O doente pode, no entanto, com
a mão sã, servir-se de escovas, esfregonas ou do aspirador.
Para lavar a roupa, é desejável usar uma máquina.
O estendal da roupa e a tábua de engomar devem ser
ajustados à altura da pessoa. O ferro de engomar deve ser
leve.
Provocada por uma lesão no lado esquerdo do cérebro,
a afasia consiste numa perturbação, mais ou menos
grave, da linguagem oral e escrita e da compreensão da
palavra falada ou escrita. Podem verificar-se dificuldades no
uso da gramática, na nomeação dos objectos, na soletração
das palavras e no cálculo.
os outros estão a tentar comunicar ao doente, podendo existir,
portanto, uma incapacidade para perceber e seguir
orientações dadas por outros, bem como interpretar
situações. Pode verificar-se ainda a chamada afasia global
que é a perda total da faculdade da linguagem.
Em geral, a afasia não é um estado progressivo e não piora,
diferindo em tipo e gravidade de pessoa para pessoa.
afasia tem que ser tratada como uma pessoa madura e
inteligente. Ela é, acima de tudo, a mesma pessoa que era
antes de adoecer. A ajuda possível consiste numa terapia
orientada por terapeutas da fala, que deverá ter início o mais
cedo possível, após a fase aguda do acidente vascular
cerebral. A terapia da fala irá auxiliar a pessoa a comunicar
mais facilmente, animando-a e tornando-a mais interessada
pelo seu estado e pela compreensão da natureza do seu
problema.
Poderá ser difícil obter os serviços de um terapeuta da fala
que se ocupe, de forma permanente, de um doente afásico.
para a pessoa afásica e para as suas necessidades
essenciais (cama, refeições, utilização da casa de banho).
que ele possa ver, ouvir ou sentir (mão, pão, camisa), em
vez de termos gerais (alimentos, roupa).
substantivos, em seguida, verbos e adjectivos e, só mais
tarde, advérbios, preposições e conjunções.
de 25 palavras (cama, cadeira, mesa, água, casa de
banho, sim, não, etc.), e quando a pessoa tiver aprendido
estas, ensinar-lhe uma lista mais extensa.
darão melhores resultados do que longas sessões menos
frequentes.
para ler, escrever e falar. Podem tentar-se outras formas de
comunicação, tais como a mímica, gestos e a utilização de
desenhos. É conveniente dar ao doente um quadro ou um
bloco, com um determinado número de palavras, expressões
ou figuras essenciais, seleccionadas, para as quais ele possa
apontar, de forma a expressar as suas vontades ou
necessidades. De igual modo, se conseguir escrever, deverá
ter sempre à mão papel e caneta ou lápis.
A maioria das pessoas afásicas compreendem melhor as
imagens do que as palavras. Por conseguinte, deve tentarse
mostrar-lhes o que se gostaria que elas fizessem, em vez
de esperar que sigam instruções verbais, incompreensíveis
para elas. Estas pessoas distraem-se a ver filmes, televisão
ou jogos visuais (cartas, dominó, loto).
Uma vez que a compreensão da música é uma função
localizada no lado direito do cérebro, as pessoas afásicas
poderão ser capazes de distinguir entoações da fala, mais
facilmente do que palavras, e de as apreciar.
A família de uma pessoa afásica poderá ajudá-la criando,
em casa, uma atmosfera de compreensão. É necessário
permitir e encorajar a comunicação, fazendo com que os seus
erros não possam ser objecto de crítica ou postos a ridículo.
Os seus esforços para melhorar devem ser sempre elogiados,
e mesmo os mais pequenos resultados devem ser acolhidos
como grandes êxitos. Simultaneamente, deverá tomar parte
da vida familiar e social normal, indo ao cinema, recebendo
visitas, jantando com a família.
É necessário fazer o possível para que o doente sinta vontade
de falar, dando-lhe todas as oportunidades para ouvir falar,
através do diálogo, da leitura em voz alta, da rádio e da
televisão.
As explicações devem ser dadas devagar e em frases curtas
e simples, mas não como se se estivesse a falar com uma
criança.
Não deve falar-se pelo doente, excepto em casos de absoluta
necessidade, mas, pelo contrário, dar-lhe a oportunidade de
falar primeiro, mesmo que seja lento a expressar-se. Não
insistir para que articule as palavras com perfeição: de início,
será suficiente que se consiga fazer compreender.
ara ajudar as pessoas que tiveram um AVC, para além
do contributo da sua família e amigos, pode ser
necessária a intervenção de vários profissionais.
Um acidente vascular cerebral ocorre, geralmente, em
indivíduos que antes do AVC já tinham outra doença, tal como
tensão alta, doenças do coração ou diabetes. Assim, a pessoa
poderá ter de fazer dieta, tomar medicamentos ou ter outros
cuidados para controlar essa situação. Poderá, ainda,
necessitar de um analgésico, devido a um problema articular
que tenha surgido no lado afectado. O médico assistente
prestará ajuda e encaminhá-la-á, se necessário, para um
fisioterapeuta ou outro profissional, acompanhando o trabalho
deste.
os exercícios em casa, assim como aconselhar quanto aos
cuidados a ter com a pele, bexiga e intestinos e ajudá-lo na
escolha e utilização de dispositivos e aparelhos de que
necessita.
Cabe-lhe também dar informações, apoio e orientações à
família e a outras pessoas envolvidas na prestação de
cuidados.
Fisioterapeuta
Fará os tratamentos indicados pelo médico e treinará a
pessoa na execução de exercícios e no uso das ajudas
técnicas (bengala, cadeira de rodas, etc.).
Terapeuta erapeuta ocupacional
Ajudará o doente a automatizar-se, com as capacidades
restantes, nas actividades da vida diária.
Terapeuta erapeuta da fala
Procederá à avaliação e tratamento, ou ensinará os familiares
a encarregarem-se dos exercícios de reeducação da fala.
Assistente social
A assistente social, que pode estar ligada a qualquer entidade
ou organização local (autarquia, centro de saúde, paróquia,
etc.), dará informações sobre os direitos relativos à
assistência financeira (incluindo apoio no preenchimento dos
impressos e elaboração dos pedidos) e sobre os serviços
disponibilizados pelas entidades e organizações locais.








